- TERÇA, 12 MAIO 2015 17:19
- CNBB
O papa Francisco encontrou-se nesta terça-feira, 12, com cerca de 7 mil crianças e adolescentes de escolas italianas, que participaram de uma atividade promovida pela Fundação “Fábrica da Paz”, um projeto educativo que envolve, além de educadores e pais, o Ministério da Educação italiano e a Conferência Episcopal Italiana.
Com as crianças e adolescentes, Francisco falou de maneira coloquial e respondeu diretamente às numerosas perguntas relacionadas com a construção da paz no mundo. Na ocasião, o papa entregou ao grupo o discurso que havia preparado anteriormente.
No texto, Francisco agradece o convite para trabalhar com eles na “Fábrica da Paz”, porque “é um lugar onde se constrói uma sociedade sem injustiças e violências, em que cada criança e adolescente pode ser acolhido e crescer no amor”.
O pontífice continuou dizendo que “há tanta necessidade de fábricas da paz, porque, infelizmente, fábricas de guerra não faltam”. Ao explicar que a guerra é fruto do ódio, o papa encorajou a contrastá-la com a difusão de uma cultura inclusiva, de reconciliação e encontro.
Segundo Francisco, este projeto, que envolve crianças de várias origens e religiões, é “um belo caminho que requer coragem e esforço, a fim de que todos compreendam a necessidade de uma mudança de mentalidade para garantir segurança a todas as crianças do Planeta, especialmente as que vivem em zonas de guerra e perseguição”.
“Antes de mais nada, fábrica indica algo que é preciso construir com sabedoria e afinco. Mas construir a paz requer começar pelo nosso mundo, pelo nosso ambiente e com as pessoas que vivem ao nosso lado: família, educadores, amigos, na escola, no ginásio, no oratório e assim por diante”, sugeriu. Segundo ele, cabe aos adultos ajudarem as crianças nesse processo, enquanto às crianças, o papa recomendou que não desistam mesmo perante as dificuldades.
Francisco ressaltou que o verdadeiro construtor da paz é aquele que faz o primeiro passo em direção ao outro, que sabe pedir desculpas, o que não é sinal de fraqueza, mas de uma força de paz. “Como é que podem terminar as guerras no mundo, se não somos capazes de ultrapassar as nossas pequenas incompreensões e os nossos litígios? Os nossos atos de diálogo, de perdão, de reconciliação, são os ‘tijolos’ que servem para construir o edifício da paz”, explicou.
Outro aspecto apontado pelo papa sobre a beleza e importância da Fábrica é que “não tem fronteiras, respira-se um clima de diálogo, inclusão e respeito às leis do Estado”. Ele falou ainda das crianças obrigadas a deixarem seus países pelo simples fato de serem cristãs, ou ainda são mortas por levarem uma bíblia nas mãos. “O trabalho da Fábrica torna-se realmente uma obra de amor. Amar a todas as pessoas, porque cada uma é um dom de Deus”, recomentou.
Ao terminar o encontro o papa agradeceu, abençoou e pediu orações. Francisco exortou todos a trabalharem juntos no "grande canteiro da construção da paz".
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