Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia
O Evangelho deste domingo (Lc 21, 5-19)
consiste na primeira parte de um discurso de Jesus: aquele sobre o fim
dos tempos. Jesus o pronuncia em Jerusalém, perto do templo, e a
inspiração lhe é dada propriamente pelo povo que falava do templo e da
sua beleza. Porque era belo aquele templo. Então, Jesus diz: “Dias
virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo
será destruído” (Lc 21, 6). Naturalmente, perguntam-lhe: quando
acontecerá isto? Quais serão os sinais? Mas Jesus tira a atenção destes
aspectos secundários – quando será, como será – e a leva às verdadeiras
questões. E são duas. Primeiro: não se deixar enganar por falsos messias
e não deixar-se paralisar pelo medo. Segundo: viver o tempo de espera
como tempo de testemunho e de perseverança. E nós estamos neste tempo de
espera, de espera pela vinda do Senhor.
Este discurso de Jesus é sempre atual,
mesmo para nós que vivemos no século XXI. Ele nos repete: “Vede que não
sejais enganados. Muitos virão em meu nome” (v. 8). É um convite ao
discernimento, esta virtude cristã de entender onde está o espírito do
Senhor e onde está o mau espírito. Também hoje, de fato, há falsos
“salvadores”, que tentam substituir Jesus: líderes deste mundo, também
feiticeiros, personagens que querem atrair para si as mentes e os
corações, especialmente dos jovens. Jesus nos adverte: “Não vão atrás
deles!”. “Não vão atrás deles!”.
E o Senhor nos ajuda também a não ter
medo: diante das guerras, das revoluções, mas também diante das
catástrofes naturais, das epidemias, Jesus nos livra do fatalismo e das
falsas visões apocalípticas.
O segundo aspecto nos interpela
propriamente como cristãos e como Igreja: Jesus preanuncia provações
dolorosas e perseguições que os seus discípulos terão que sofrer, por
Sua causa. Todavia, assegura: “Entretanto, não se perderá um só cabelo
da vossa cabeça” (v. 18). Recorda-nos que estamos totalmente nas mãos de
Deus! As adversidades que encontramos para a nossa fé e para a nossa
adesão ao Evangelho são ocasiões de testemunho; não devem afastar-nos do
Senhor, mas nos levar a nos abandonarmos ainda mais a Ele, à força do
seu Espírito e da sua graça.
Neste momento, penso e pensemos todos.
Façamos juntos: pensemos em tantos irmãos e irmãs cristãs, que sofrem
perseguições por causa de sua fé. Há tantos. Talvez muito mais do que
nos primeiros séculos. Jesus está com eles. Também nós estamos unidos a
eles com a nossa oração e o nosso afeto. Também temos admiração pela sua
coragem e pelo seu testemunho. São os nossos irmãos e irmãs, que em
tantas partes do mundo sofrem por causa de serem fiéis a Jesus Cristo.
Nós os saudamos de coração e com afeto.
Por fim, Jesus tem uma promessa que é
garantia de vitória: “É pela vossa constância que alcançareis a vossa
salvação” (v. 19). Quanta esperança nestas palavras! São um chamado à
esperança e à paciência, ao saber esperar pelos frutos seguros da
salvação, confiando no sentido profundo da vida e da história: as
provações e as dificuldades fazem parte de um desígnio maior; o Senhor,
Senhor da história, conduz tudo ao seu cumprimento. Apesar das desordens
e calamidades que perturbam o mundo, o projeto de bondade e de
misericórdia de Deus se cumprirá! Esta é a nossa esperança: caminhar
assim, nesta estrada, no desígnio de Deus que se cumprirá. É a nossa
esperança.
Esta mensagem de Jesus nos faz refletir
sobre o nosso presente e nos dá a força de enfrentá-lo com coragem e
esperança, em companhia de Nossa Senhora, que sempre caminha conosco.
Fonte: www.cancaonova.com
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