Missa com Francisco
Francisco destacou que falar mal do próximo é hipocrisia de quem não consegue olhar para os próprios defeitos
Da Redação, com Rádio Vaticano
Da Redação, com Rádio Vaticano
Na Missa desta sexta-feira, 13, na Casa
Santa Marta, o Papa Francisco refletiu sobre o perigo da fofoca. Ele
advertiu que quem fala mal do próximo é um hipócrita, que não tem a
coragem de olhar para os próprios defeitos.
“Por que reparas no argueiro que está no
olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio
olho?”. Com esta pergunta feita por Jesus, Francisco iniciou a homilia;
uma pergunta que mexe com a consciência de todos os homens, de todos os
tempos.
O Papa observou que Cristo, após falar
da humildade, fala do seu oposto, ou seja, da atitude de ódio para com o
próximo, de julgar o irmão. Para estes casos, Jesus usa uma palavra
dura: hipócrita.
“Aqueles que vivem julgando o próximo,
falando mal do outro, são hipócritas, porque não têm a força, a coragem
de olhar para os próprios defeitos. O Senhor afirma que quem tem no
coração ódio do seu irmão é um homicida… Também o Apóstolo João, na sua
primeira Carta, é claro: quem odeia e julga o seu irmão caminha nas
trevas.”
Segundo o Papa, todas as vezes que se
julga um irmão no coração e, mais ainda, se fala disso com outras
pessoas, o cristão se transforma um “cristão homicida”.
“Um cristão homicida … Não sou eu quem
digo, eh?, é o Senhor. E sobre este ponto, não há meio termo. Quem fala
mal do irmão, o mata. E nós, todas as vezes que o fazemos, imitamos
aquele gesto de Caim, o primeiro homicida da história”.
O Santo Padre acrescentou que neste
período em que se fala de guerras e se pede tanto a paz, faz-se
necessário um gesto de conversão. “As fofocas fazem parte desta dimensão
da criminalidade. Não existe fofoca inocente”. A língua, disse ainda
citando São Tiago, é para louvar a Deus, mas quando usada para falar mal
do irmão ou da irmã, ela acaba por matar a Deus, a imagem de Deus no
irmão.
Francisco destacou, por fim, que não
vale a argumentação de que alguém mereça intrigas. Nesses casos, o que
se deve fazer é rezar pela pessoa e, se necessário, falar com alguém
para resolver o problema, mas sem espalhar a notícia.
“Paulo foi um grande pecador, e disse de
si mesmo: ‘Antes eu blasfemava, perseguia e era violento. Mas tiveram
misericórdia’. Talvez nenhum de nós blasfeme – talvez. Mas se alguém faz
intriga, certamente é um perseguidor e um violento. Peçamos para nós,
para toda a Igreja, a graça de nos converter da criminalidade das
intrigas ao amor, à humildade, à mansidão, à magnanimidade do amor para
com o próximo”.
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