A preparação das oferendas e o ofertório
Pe Thiago Faccini Paro
Tem-se o costume de chamar o momento da preparação das oferendas de “ofertório”. Mas qual será o momento do verdadeiro “ofertório” dentro da santa missa e o que ofertamos a Deus?
Na santa missa, a única e perfeita oferenda a ser ofertada a Deus é o próprio corpo e sangue de Cristo, o único sacrifício agradável a Deus. O verdadeiro ofertório é na prece eucarística quando o presidente (padre ou bispo) diz: “celebrando, pois, a memória da morte e ressurreição do vosso Filho, nós vos oferecemos, ó Pai, o pão da vida e o cálice da salvação; e vos agradecemos porque nos tornastes dignos de estar aqui na vossa presença e vos servir.” (Oração Eucarística II). Oferecemos “ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada” (Instrução Geral do Missal Romano, 55).
“No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo” (IGMR 49), ou seja, a procissão que antecede a prece eucarística não é ofertório, mas sim a sua preparação. Portanto leva-se até ao altar o pão e o vinho que serão consagrados. Vale frisar que leva-se aquilo que será utilizado no “ofertório”. Sendo assim, não há sentido levar na procissão das oferendas aquele pão bonito comprado na padaria e nem aquela jarra, que muitas vezes se coloca suco de uva artificial, para imitar o vinho. Para que levar isso, se não terão utilidade dentro da missa? Enfeite? Não! Tudo deve ser verdadeiro e ter que ter uma utilidade para o rito.
Além disso, é preciso tomar o cuidado com outros sinais que são apresentados na preparação das oferendas (livros, cartaz, imagens de santos etc). Esses podem ser levados na procissão inicial ou durante a “recordação da vida”, feito após a saudação do presidente e antes do ato penitencial. Ai é momento de fazer memória da caminhada da comunidade, da festa celebrada. É o momento de recordar a vida da comunidade, a sua história e os motivos da reunião para a Fração do Pão.
Mas o que levar na procissão de preparação das oferendas, além do pão e vinho que serão consagrados? “Também são recebidos o dinheiro ou outro donativos oferecidos pelos fieis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto dela; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística” (IGMR 49). É o nosso gesto concreto, é a Igreja que comunga do Corpo e Sangue de Cristo, mas que pensa e cuida do corpo eclesial e social, dos pobres. Que bonito seria, algumas vezes ser proposto a comunidade levar alimentos não perecíveis aos pobres durante a procissão das oferendas e colocados num cesto próximo ao altar.
O cálice e as âmbulas vazias, corporal, sanguíneos etc, podem ficar na credência, e levados pelos acólitos e ministros com discrição para o altar. Na procissão das oferendas, um prato grande, com muitas partículas ou pão ázimo e vinho em abundância que possa ser visto por todos e colocados sobre o altar, tornar-se-ão Corpo e Sangue de Cristo, sacrifício instituído na última Ceia, memória de sua paixão e gloriosa ressurreição e ascensão aos céus.
A Igreja, em particular a assembleia reunida, realizando esta memória, deseja que os fieis não apenas ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se a si próprios, e se aperfeiçoem, cada vez mais, pela mediação do Cristo, na união com Deus e com o próximo, para que finalmente Deus seja tudo em todos (IGMR 55).
Texto estraído do site: liturgia.pro.br ( vale a pena conhecer este site e suas celebrações).
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