Capítulo Provincial

G F A S C
Grande FAmília do Sagrado Coração
COM CLÉLIA MERLONI
NA ESCOLA DE JESUS

"Com alegria tirareis água das fontes da salvação. " (Isaias 12, 3)
E’ o tema do próximo XVI Capítulo Geral das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (julho de 2010).

O Coração transpassado (Jo 19,31-37)
Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como
era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes
quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade,
quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que como ele foram crucificados; mas,
vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um dos
soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele que
viu testemunhou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz,
para que também vós o creiais. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:"Nenhum dos seus ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram."
O Coração de Jesus uma fonte.Este Coração divino è uma fonte inexaurível, da qual jorram ininterruptamente três rios: o primeiro é aquele da misericórdia pelos pecados levando a eles o espírito de penitência e de perdão. O
segundo é o da caridade que jorra trazendo ajuda a todos os que se encontram em alguma necessidade, especialmente, àqueles que fazem um caminho de santidade: esses encontrarão a força para superar os obstáculos. O terceiro é aquele do amor e da luz para os amigos perfeitos que Ele deseja unir a si mesmo, comunicando a eles a sua sabedoria e os seus desejos, porque por um caminho ou por outro, se consagram totalmente à sua glória. Este Coração divino é um abismo de bondade, onde os pobres depositam suas necessidades; é um abismo de alegria, onde depositamos todas as nossas tristezas; é um abismo de humilhação para o nosso orgulho; um abismo de
misericórdia para os infelizes; é um abismo de amor, onde devemos deixar todas as nossas misérias (Santa Margarina Maria de Alacoque - cfr Carta 2,33).

Carisma de Madre Clélia
O carisma de Madre Clélia tem sua origem no próprio Coração da Igreja que é o Coração de Cristo,transpassado pela lança, na Cruz, pela redenção do mundo, sinal de morte e de ressurreição, vivo e presente entre nós, no Sacramento da Eucaristia (Carisma e Missão, n 2).
E’ para este Coração, sinal de amor e de redenção, fonte de salvação, que se dirige o olhar do homem, da mulher, de todo tempo e cultura, para atingir a fé que ilumina, a esperança que salva, a caridade que reúne as pessoas em uma só família e faz do Coração de Cristo, o coração do mundo.(Carisma e Missão, n 4).

Reflexão com Papa Bento XVI
O lado traspassado do Redentor é a fonte para a qual nos envia a Encíclica Haurietis aquas:"devemos haurir desta fonte para alcançar o conhecimento verdadeiro de Jesus Cristo e experimentar mais profundamente o seu amor. Poderíamos assim compreender melhor o que significa conhecer em Jesus Cristo o amor de Deus, experimentá-lo mantendo o olhar fixo n'Ele, até viver completamente do seu amor, para depois poder testemunhá-lo aos outros. De fato, para retomar uma expressão do meu venerado Predecessor João Paulo II, "Junto ao Coração de Cristo, o coração humano aprende a conhecer o sentido verdadeiro e único da vida e do próprio destino, a compreender o valor de uma vida autenticamente cristã, a prevenir-se de certas perversões do
coração, a unir o amor filial a Deus com o amor ao próximo. Assim é a verdadeira coração exigida pelo Coração do Salvador sobre as ruínas acumuladas pelo ódio e pela violência, poderá ser edificada a civilização do Coração de Cristo".
Quem aceita o amor de Deus interiormente, é por ele plasmado. O amor de Deus experimentado é vivido pelo homem como um "chamado" ao qual ele deve responder. O olhar dirigido ao Senhor,que "tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores" (Mt 8, 17), ajuda-nos a tornar-nos mais atentos ao sofrimento e às necessidades dos outros. A contemplação adorante do lado transpassado pela lança torna-nos sensíveis à vontade salvífica de Deus. Torna-nos capazes de nos
confiarmos ao seu amor salvífico e misericordioso e ao mesmo tempo fortalece-nos no desejo de participar na sua obra de salvação tornando-nos seus instrumentos. Os dons recebidos do lado aberto, do qual saíram "sangue e água" (cf. Jo 19, 34), fazem com que a nossa vida seja também para os outros fonte da qual promanam "rios de água viva" (Jo 7, 38) (cf. Enc. Deus caritas est, 7).
A experiência do amor haurida do culto do lado traspassado do Redentor protege-nos do perigo do fechamento em nós mesmos e torna-nos mais disponíveis para os outros. Nisto conhecemos o amor:Ele deu a sua vida por nós, portanto também nós devemos dar a vida pelos irmãos (1 Jo 3, 16) (cf.Enc Haurietis aquas, 38). (cfr por ocasião do 50° aniversário da Encíclica Haurietis Aquas - 15 de maio de 2006).

Oração Salmo 62, 1-9)
Ó Deus, Vós sois o meu Deus,
Com ardor vos procuro.
Minha alma está sedenta de vós,
e minha carne por vós anela
Como a terra árida e sequiosa, sem água.
Quero vos contemplar no santuário,
Para ver vosso poder e vossa glória.
Porque vossa graça me é mais preciosa do que a vida,
Meus lábios entoarão vossos louvores.
Assim vos bendirei em toda a minha vida;
Com minhas mãos erguidas vosso nome adorarei.
Minha alma saciada como de fino manjar,
Com exultante alegria meus lábios vos louvarão.
Quando, no leito, me vem vossa lembrança,
Passo a noite toda pensando em vós.
Porque vós sois o meu apoio,
Exulto de alegria, à sombra de vossas asas.
Minha alma está unida a vós,
Sustentai-me com a vossa destra.
Vivência: Aprendamos com Madre Clélia
Jesus quer, não somente que eu perdoe de coração todos os meus ofensores, mas que procure fazer-lhes todo
o bem que me é possível, procurando especialmente rezar muito por eles, compadecer-me deles e desculpálos,
desejando-lhes a glória do céu. Ele quer que eu reze sempre por quem foi causa de sofrimento, não mais
falando de suas falhas. Quer que eu ame quem me ofendeu, como Ele nos amou. (PLM 512).

Fonte: www.ascj.net
Texto: Irmã Marta Dalcin

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